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Lançamento: "Vitória no Pacífico", da MBooks

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Bougainville, Nova Caledônia, Kwajalein, Ilhas Marianas... Quem nunca se perdeu na infinidade de operações de combate realizadas por japoneses e Aliados durante a Segunda Guerra Mundial? Pontuado por uma imensa riqueza geográfica, que perpassa ilhas paradisíacas e medonhas regiões de selva equatorial, o Teatro de Operações do Pacíficoé, para qualquer um, um prato cheio de pontos a serem ligados, cuja tarefa não é nada fácil.

Bom, nós leitores brasileiros já podemos ficar mais tranquilos após o lançamento de “Vitória no Pacífico”, o mais novo título da Segunda Guerra Mundial da MBooks. Aqui, finalmente pode ser encontrado, em português, um guia cronológico compreensível do que foi a Guerra do Pacífico.

Em suas 144 páginas, a autora Karen Farrington, jornalista especializada em conflitos armados do século XX, narra com precisão direta os acontecimentos mais importantes que pontuaram os anos de 1941 até 1945, utilizando-se de farto material ilustrativo como mapas e fotografias.

Dividido em capítulos que se concentram num período de tempo ou zona operacional específica, o livro progride de maneira bastante objetivaaté suas conclusões – algo que em minha opinião foi feito de maneira louvável, visto que não transparece qualquer amadorismo ou falta de profundidade.

O uso de citações de memórias, tanto de comandantes quanto de soldados, impede que o texto caia na monotonia de uma narração distante dos fatos – no capitulo sobre a Batalha de Guadalcanal, por exemplo, apesar da autora descrever bastante a crueza dos combates homem-a-homem entre americanos e japoneses, nada supera o relato em primeira pessoa: “O cabo K foi golpeado por um oficial japonês com um sabre, bem no meio da face. Em seguida, o japonês levantou sua espada e golpeou o corpo do cabo, que dormia. O golpe quase arrancou sua perna. Ele acertou bem no osso do joelho...

Ao contrário do que se possa imaginar, Farrington não privilegia unicamente as ações norte-americanas na campanha, mas dá espaço adequado para narrar as operações de outros importantes protagonistas, como australianos – principalmente na extenuante batalha pela Trilha de Kokoda - e ingleses, além de, claro, recontar as campanhas japonesas do ponto de vista nipônico.

Devo fazer menção honrosa para os capítulos que descrevem os combates no esquecido Teatro de Operações do CBI (China-Birmânia-Índia), especialmente os feitos do 14º Exército Britânico, o “forgotten army”, liderado pelo carismático General Sir William Slim, que recapturou a Birmânia das mãos japonesas após uma das mais difíceis campanhas de toda a Segunda Guerra.

A Guerra do Pacífico é vítima do romantismo que cerca da Guerra na Europa, visto que seus cenários não são nem de longe tão idílicos quanto França, Itália ou Alemanha. Sendo assim, acabamos por nos envolver muito mais com os combates europeus – seja pela quantidade muito maior de filmes e documentários, e até mesmo de literatura – do que com os travados no Extremo Oriente. Contudo, é tão interessante e profunda quanto aquela.

Vitória no Pacífico” é um excelente ponto de partida para mergulhar nesse fantástico e trágico evento que foi a guerra Aliada contra o imperialismo japonês.

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