Franz Weber
(30/11/1921 - 28/07/2104)
Faleceu no último dia 28 de julho em Munique, na Alemanha, de causas naturais aos 92 anos de idade, o ganhador da Cruz do Cavaleiro, Obergefreiter Franz Weber.
Nascido em Ober-Futok, hoje na Sérvia (originalmente na Iugoslávia), Weber era filho de um fazendeiro de origem alemã. Após sair da escola, começou a estudar para se tornar um padeiro. Aos 19 anos de idade, em abril de 1941, viu a Wehrmacht invadir a Iugoslávia para conter o novo governo pró-britânico que havia tomado o poder no país. Ele voluntariou-se para a Waffen-SS, mas não foi aceito. Weber mudou-se então para a Alemanha e arrumou emprego numa padaria de Stettin, e em 10 de setembro de 1942 ingressou no Exército. Enviado para treinamento em Indriza, no norte da União Soviética, terminou o treinamento básico da infantaria em dezembro daquele ano, sendo integrado à 8ª Companhia do 28º Regimento da 8ª Divisão de Caçadores - uma veterana unidade dos combates no setor norte do front leste.
As divisões de caçadores foram concebidas para atuar em terrenos mais difíceis, onde as grandes formações da infantaria comum seriam menos eficazes que pequenas e motivadas unidades. Eram mais armadas que uma divisão de montanha, mas menos armadas que uma divisão de infantaria padrão. Dessa forma, Weber recebeu treinamento em operação de seção de metralhadora para operações ágeis, mostrando seu valor em combate em dezembro de 1943 numa ação de contra-ataque perto do Lago Ilmen, quando ganhou a Cruz de Ferro de 2ª Classe. Em 12 de fevereiro de 1944, durante um ataque soviético nos arredores de Pskov, Weber foi ferido no rosto por um estilhaço de granada. Três meses depois, sua divisão foi transferida para a Romênia, posicionando-se nos Cárpatos para enfrentar a ofensiva soviética naquele país.
Em 1 de outubro, sua 8ª Companhia foi ordenada a retomar uma importante passagem pela Cordilheira de Rodna (1.587 metros de altitude) - um valioso ponto logístico do Eixo no norte da Romênia - que havia acabado de ser capturado pelo inimigo. Pouco depois do início do ataque, a companhia alemã foi parada no terreno ao aproximar-se do alvo, por uma barreira de fogo de metralhadora e morteiros soviéticos. Nessa delicada situação, Weber decidiu sair da posição com sua metralhadora e dois operadores, e buscar num ponto mais elevado um local de onde pudesse ver as armas inimigas. Da nova posição, Weber divisou a 40 metros dois ninhos de metralhadoras pesadas soviéticas, que mantinham seus companheiros parados na elevação. Por sua própria iniciativa, ele então sozinho partiu para cima do primeiro ninho, capturando a posição inimiga com granadas de mão, enquanto recebia cobertura de fogo de sua MG 42. Sem fazer pausa, Weber novamente expôs-se e atacou sozinho o segundo ninho, lançando granadas enquanto aproximava-se dos soldados inimigos. Ele destruiu a metralhadora, mas foi seriamente ferido na cabeça, com contusões no olho esquerdo e no cérebro. Com a destruição das duas armas, os alemães recuperaram a montanha, e Weber foi levado por seus colegas a um hospital. Por essas ações, ele recebeu no dia 10 de outubro a Cruz de Ferro de 1ª Classe. Contudo, após nova análise dos fatos e da importância de sua ação pessoal para a destruição das posições soviéticas no alto da montanha, o Alto-Comando da Wehrmacht decidiu em 28 de outubro de 1944 condecorar Franz Weber com a Cruz do Cavaleiro da Cruz de Ferro.
Ele recebeu a comenda dois dias depois, quando ainda estava internado num hospital em Liegnitz. Ao receber alta, ele retornou à sua divisão, que acabou rendendo-se no fim da guerra na Checoslováquia.
Franz Weber era um ativo participante de encontros de veteranos na Alemanha. Ele deixa esposa, uma filha e muitos netos.
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Obergefreiter Weber (dir), 1945. |
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Weber (centro), 1945. |
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Com Franz Weber durante o encontro da OdR em Bad Honnef, Alemanha, 10 de outubro de 2009. |