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Douglas Bader colocava pilotos em risco com suas táticas

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Sir Douglas Bader, o mais famoso piloto de caça da Grã-Bretanha, que perdeu ambas as perdas em um acidente, era um entusiasta da chamada “Grande Ala” – uma formação de ataque que reunia até 60 aeronaves, direcionada até o inimigo via radar.

Mas um novo documentário – embora reconhecendo seu brilhantismo como piloto – diz que sua insistência em seguir esta tática colocou em risco as vidas de outros pilotos e provocava lentidão aos ataques.

O Wing Commander Tom Neil, 93 anos, que derrubou 15 aeronaves durante a guerra e foi condecorado com a Distinguished Flying Cross, disse: “Eles sempre chegavam após a ação. Já estávamos chegando em casa mortos de cansaço quando víamos aquelas 60 aeronaves chegando em formação, perguntando ‘Onde está o inimigo?’; bem, o inimigo já tinha ido pra casa”.

Eles diziam que tinham derrubado 20, 25, 30 aeronaves alemãs, mas até onde eu saiba, não derrubaram nada. Esses registros da Grande Ala sempre parecem exagerados”, disse.

Grandes formações eram perigosas por causa dos riscos de colisãocom outras aeronaves enquanto estas se moviam pelas nuvens. Também levava muito tempo para reunir todos os pilotos em formação, o que os fazia perder a ação em muitos casos.

A Grande Ala era uma grande bobagem”, disse outro piloto.

Bader convenceu o Air Vice-Marshal Sir Trafford Leigh-Mallory, que era encarregado da defesa dos céus da Inglaterra central, de que a Grande Ala seria um sucesso.

Seus planos se opunham aos do Air Vice-Marshal Keith Park, que comandava a defesa de Londres e do sudeste.

Park argumentou com sucesso que grupos menores eram capazes de entrar em ação mais rapidamente, mas após a Batalha da Inglaterra ele foi politicamente excluído de cena e perdeu sua posição para Leigh-Mallory.

Sir Alan Smith, 95 anos, que foi ala de Bader, defende a Grande Ala: “Era muito lógico e sensível”.

Sir Alan disse que Bader, que derrubou 20 aeronaves, era inspirador independentemente de sua política de Grande Ala. “Ele era um líder maravilhoso, piloto brilhante, preciso na mira e tudo mais. Ele não simplesmente salvou minha vida, ele salvou um bocado de vidas”.

Bader, que perdera as duas pernas num acidente anterior à guerra, foi capaz de transformar essa desvantagem numa vantagem em curvas fechadas. Enquanto a Força-G faz com que pilotos normalmente desmaiem com a evasão de sangue da cabeça para as pernas, Bader – que era amputado desde 1931 – conseguia se recuperar muito mais rápido.

Ele teve que saltar sobre a França em agosto de 1941, e passou o resto da guerra como prisioneiro dos alemães. Ele faleceu em 1982.

Fonte: The Telegraph, 21 de setembro de 2012.

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