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De Havilland Mosquito decola rumo aos céus

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O único De Havilland Mosquito capaz de voar no mundo fez seu histórico primeiro voo no sábado, 29 de setembro de 2012.

Milhares de entusiastas vieram ao aeroporto de Ardmore, ao sul de Auckland, na Nova Zelândia, para testemunhar o singular evento. Cerca de 8.000 unidades do caça-bombardeiro bimotor foram construídas durante a guerra. O exemplar em questão foi construído em 1945 e não viu ação em combate.

O dono da aeronave, o americano Jerry Yagen, disse que o voo é um testemunho das capacidades dos restauradores neozelandeses: “A habilidade que vocês têm em seu país é inacreditável. É uma arte perdida que não temos mais nos EUA”. Yagen pagou milhões de dólares pela restauração.

O piloto da aeronave, Keith Skilling, também mostrou sua satisfação: “Esta é com certeza a melhor restauração já feita. Ter saído do hangar sem ter feito nada desde a Segunda Guerra e voar perfeitamente é simplesmente impressionante”.

O voo foi um momento emocionante tanto para os envolvidos na restauração quanto para aqueles que trabalharam com o Mosquito durante a guerra. “Eu chorei pela primeira vez em 60 anos”, disse Ray Tocker, veterano engenheiro de voo da Real Força Aérea Neozelandesa. “As lágrimas rolam pelos meus olhos quando vejo isso, e escuto este som tão familiar”.

Foi um voo épico para os restauradores também. “Quando ele passou baixo pela primeira vez, todos estavam emocionados. Conhecemos tantos que estiveram com esta aeronave durante a guerra, então é muito bom poder honrar o serviço deles”, disse Warren Denholm, da empresa Avspecs.

O Mosquito recebeu o apelido de “Maravilha de Madeira” por causa de sua construção quase totalmente de madeira coberta com tecido.

Os moldes usados na restauração agora podem ser usados em outras restaurações, e um segundo Mosquito seguirá imediatamente.

A aeronave restaurada irá para os Estados Unidos para fazer parte de uma grande coleção.

Fonte: TVNZ, 29 de setembro de 2012.


Nota de Falecimento: Bill King

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Bill King
(23/06/1910 - 21/09/2012)

Faleceu no último dia 21 de setembro em Galway, na Irlanda, de causas naturais aos 102 anos de idade, o ás dos submarinos da Royal Navy, Comandante William Donald Aelian "Bill" King.

Nascido em Galway (quando a Irlanda ainda era parte da Grã-Bretanha), King era filho de um oficial da artilharia, que foi morto em combate em 1917. Quando tinha 12 anos, sua mãe enviou-o para a Real Academia Naval de Dartmouth. Após destacar-se como boxeador e velocista durante os estudos, King foi embarcado no couraçado HMS Resolution em dezembro de 1927, servindo no Mediterrâneo até 1930. Em 1932 teve sua primeira experiência com submarinos, a bordo do HMS Orpheus. Já em 1938, ele foi para Portsmouth fazer o curso de comando de submarinos, recebendo no ano seguinte seu primeiro submarino, o HMS Snapper.

Com o início da guerra em setembro, King teve azar em sua primeira patrulha, sendo atacado por engano por uma aeronave da RAF perto de Harwich. Entre dezembro de 1939 e julho de 1940, ele conduziu uma série de bem-sucedidas patrulhas, afundando o petroleiro alemão Moonsund, o mercante Florida, os varre-minas Jan Behrens e Carsten Janssen e as traineiras Portland e Cygnus. Na patrulha seguinte, o Snapper atingiu um banco de areia na costa holandesa, e King mostrou toda sua competência conseguindo com habilidade manobrar o submarino para fora da área. Ao retornar ao porto, Churchill convidou-o para jantar e escutar seus relatos.

Em 1941, King foi transferido para o comando do submarino HMS Trusty, operando desta vez no Mediterrâneo. Em dezembro daquele ano, ele atacou sem sucesso o torpedeiro italiano Orsa, mas pouco depois afundou o cargueiro Eridano. Com o início da guerra contra o Japão, o Trusty foi enviado para o Pacífico. Após uma série de patrulhas calmas, King torpedeou e afundou o mercante japonês Toyohashi Maru e danificou o transportador de tropas Columbia Maru.

Em julho de 1944, King recebeu o comando de seu terceiro e último submarino durante a guerra, o novíssimo HMS Telemachus. No dia 17 daquele mês, King rastreou e perseguiu por 30 minutos o submarino japonês I-166 pelo Estreito de Malacca. Ele então disparou uma salva de seis torpedos contra o alvo, e um deles atingiu o I-166 em cheio. Somente 5 da tripulação de 94 marinheiros japoneses sobreviveram. Por seus feitos, Bill King foi condecorado com a Distinguished Service Order e a Distinguished Service Cross.

Após a guerra ele deu baixa da Royal Navy em maio de 1948, e tornou-se fazendeiro nas terras da família. Ele comprou o Castelo Oranmore, na baía de Galway, e fez do lugar sua residência. Na década de 1960, King decidiu dar a volta ao mundo num barco a vela, cuja arte havia dominado desde a infância. Em sua terceira tentativa, em 1973, ele finalmente conseguiu atingir seu objetivo.

King escreveu duas autobiografias, "The Stick and the Stars" (1958) e "Adventure in Depth" (1975), além de diversos outros livros. Em junho de 2010, ele celebrou seu centenário, e até seu falecimento era o mais velho comandante de submarinos ainda vivo - título que agora passa para Reinhard Hardegen.

Viúvo desde 1984, Bill King deixa um filho e uma filha.

HMS Telemachus, o terceiro submarino comandado por King.

Bill King no Castelo Oranmore.

Nota de Falecimento: Aleksandr Efimov

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Aleksandr Efimov
(06/02/1923 - 31/08/2012)

Faleceu no último dia 31 de agosto em Moscou, Rússia, de causas naturais aos 89 anos de idade, o duplo Heroi da União Soviética, Marechal-do-Ar Aleksandr Nikolayevich Efimov.

Nascido na aldeia de Kantemirovka, perto de Voronezh, Efimov era filho de um ferroviário. Passou sua infância e adolescência em Millerovo, na região de Rostov, terminando os estudos em 1940. No ano seguinte, ele concluiu seu curso de pilotagem no aeródromo de Lugansk, entrando para a Força Aérea em maio de 1941.

O início da Operação Barbarossa pegou Efimov nos primeiros estágios de seu preparatório militar. Ele completou o treinamento em 1942, e em agosto foi enviado para uma unidade operacional, o 594º Regimento de Aviação de Ataque, equipado com o Ilyushin Il-2 Sturmovik. A unidade operava contra os alemães no setor de Vyazma, a leste de Moscou. Efimov gradualmente foi apresentando um notável rendimento operacional, destacando-se aos olhos dos comandantes. Transferido para o 198º Regimento de Aviação de Ataque, ele continuou realizando missões de destruição de tropas, aeronaves, balsas e trens alemães em Smolensk e na Bielorrússia.

Em julho de 1944, já com mais de 100 missões realizadas, o Tenente-Senior Efimov recebeu o comando da 2ª Esquadrilha do seu regimento, mais tarde também tornando-se o navegador-chefe de toda a unidade. Por sua extrema perícia e coragem nos controles do Il-2, o Presidium do Soviete Supremo concedeu-lhe a Estrela Dourada de Heroi da União Soviética em 26 de outubro de 1944. Com o encerramento da guerra contra a Alemanha em maio de 1945, Efimov contabilizou 222 missões de combate realizadas, nas quais destruiu 85 aeronaves da Luftwaffe em solo e outras 7 no ar (o que faz dele oficialmente um ás), bem como uma imensa quantidade de outros veículos e armamentos. E por este impressionante resultado individual, o Capitão Efimov foi agraciado com uma segunda Estrela Dourada em 18 de agosto de 1945.

Após a guerra ele graduou-se na Academia da Força Aérea em Monino em 1951, e tomou diversos postos de comando, inicialmente de um regimento e depois de uma divisão aérea. Ao concluir o curso de estado-maior em 1957, ascendeu ao sub-comando da 30ª Força Aérea, no distrito militar do Báltico. A partir de maio de 1969, foi transferido para o Alto-Comando da Força Aérea, atuando como adido junto aos egípcios durante a década de 1970, sendo promovido a Marechal-do-Ar em 29 de abril de 1975.

Finalmente, em dezembro de 1984, o Marechal Aleksandr Efimov foi feito comandante da Força Aérea Soviética, posto que manteve até julho de 1990, quando se tornou Vice-Ministro da Defesa. Ele passou para a reserva em agosto de 1993.

Depois disso, Efimov presidiu diversas organizações de veteranos, proferiu palestras e cursos em academias militares, além de escrever numerosas obras sobre aviação. Com sua morte, resta somente um duplo Heroi da União Soviética da Segunda Guerra Mundial ainda vivo: o General Talgat Begeldinov.

Marechal-do-Ar Aleksandr Efimov.

Vladimir Putin condecora Efimov com a Ordem da Coragem. Moscou, 20 de novembro de 2000.

Ilyushin Il-2 Sturmovik de Aleksandr Efimov. 2ª Esquadrilha do 198º Regimento de Aviação de Ataque. Bielorrússia, 1944.

Douglas Bader colocava pilotos em risco com suas táticas

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Sir Douglas Bader, o mais famoso piloto de caça da Grã-Bretanha, que perdeu ambas as perdas em um acidente, era um entusiasta da chamada “Grande Ala” – uma formação de ataque que reunia até 60 aeronaves, direcionada até o inimigo via radar.

Mas um novo documentário – embora reconhecendo seu brilhantismo como piloto – diz que sua insistência em seguir esta tática colocou em risco as vidas de outros pilotos e provocava lentidão aos ataques.

O Wing Commander Tom Neil, 93 anos, que derrubou 15 aeronaves durante a guerra e foi condecorado com a Distinguished Flying Cross, disse: “Eles sempre chegavam após a ação. Já estávamos chegando em casa mortos de cansaço quando víamos aquelas 60 aeronaves chegando em formação, perguntando ‘Onde está o inimigo?’; bem, o inimigo já tinha ido pra casa”.

Eles diziam que tinham derrubado 20, 25, 30 aeronaves alemãs, mas até onde eu saiba, não derrubaram nada. Esses registros da Grande Ala sempre parecem exagerados”, disse.

Grandes formações eram perigosas por causa dos riscos de colisãocom outras aeronaves enquanto estas se moviam pelas nuvens. Também levava muito tempo para reunir todos os pilotos em formação, o que os fazia perder a ação em muitos casos.

A Grande Ala era uma grande bobagem”, disse outro piloto.

Bader convenceu o Air Vice-Marshal Sir Trafford Leigh-Mallory, que era encarregado da defesa dos céus da Inglaterra central, de que a Grande Ala seria um sucesso.

Seus planos se opunham aos do Air Vice-Marshal Keith Park, que comandava a defesa de Londres e do sudeste.

Park argumentou com sucesso que grupos menores eram capazes de entrar em ação mais rapidamente, mas após a Batalha da Inglaterra ele foi politicamente excluído de cena e perdeu sua posição para Leigh-Mallory.

Sir Alan Smith, 95 anos, que foi ala de Bader, defende a Grande Ala: “Era muito lógico e sensível”.

Sir Alan disse que Bader, que derrubou 20 aeronaves, era inspirador independentemente de sua política de Grande Ala. “Ele era um líder maravilhoso, piloto brilhante, preciso na mira e tudo mais. Ele não simplesmente salvou minha vida, ele salvou um bocado de vidas”.

Bader, que perdera as duas pernas num acidente anterior à guerra, foi capaz de transformar essa desvantagem numa vantagem em curvas fechadas. Enquanto a Força-G faz com que pilotos normalmente desmaiem com a evasão de sangue da cabeça para as pernas, Bader – que era amputado desde 1931 – conseguia se recuperar muito mais rápido.

Ele teve que saltar sobre a França em agosto de 1941, e passou o resto da guerra como prisioneiro dos alemães. Ele faleceu em 1982.

Fonte: The Telegraph, 21 de setembro de 2012.

Navio da Segunda Guerra encalha no Kentucky

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LST-325 (esq.) e LST-388 na Normandia, junho de 1944.

Um navio da Marinha dos EUA, o USS LST-325, encalhou na semana passada durante uma viagem do Tennessee para sua base em Indiana, com todos os 42 tripulantes a bordo.

Comissionado durante a Segunda Guerra Mundial, o navio hoje é primordialmente usado em passeios turísticos. A Guarda Costeira disse que é a primeira fez que um navio da Marinha encalha no oeste do Kentucky, já que é incomum que essas embarcações operem na área.

Não se sabe como o LST-325 saiu tanto do curso a ponto de encalhar, mas o navio está claramente fora do canal principal do rio Cumberland. Oficias da Guarda Costeira estão planejando um salvamento da embarcação.

Enquanto curiosos observam a cena incomum, a Guarda Costeira se preocupa com o vazamento de combustível– há uma pequena mancha ao lado do navio. Por sorte, não há danos aparentes ao LST-325.

Em 6 de junho de 1944 o LST-325 era parte da armada que participou dos desembarques Aliados na praia de Omaha. Levava 59 veículos, 31 oficiais e um total de 408 soldados em sua primeira viagem. Em sua volta para a Inglaterra, evacuou 38 feridos. Nos nove meses seguintes, a Marinha registrou que o LST-325 fez mais de 40 viagens pelo Canal da Mancha, carregando milhares de homens e maquinário necessário às tropas que lutavam no continente.

Fonte: The Maritime Executive, 3 de outubro de 2012.

Brigadeiro Rui recebe a Medalha Manuel Beckman

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Sessão solene da Assembleia Legislativa do Maranhão, na qual o Brigadeiro Rui Moreira Lima, piloto do Senta a Pua na Segunda Guerra Mundial, foi condecorado com a Medalha Manuel Beckman, uma alta-comenda do estado.

Maranhense de nascimento, Rui foi para o Rio de Janeiro cursar a aviação militar e em 1943 foi voluntário para seguir para o teatro de operações, voando um Republic P-47 Thunderbolt na Itália, onde completou 94 missões operacionais.


Realizando o sonho de voar num Spitfire

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Para comemorar o Dia das Crianças, nada melhor que ver um sonho de criança se tornar realidade. E quantos de nós aqui desde criança sonhamos em voar num Spitfire?

O baixista da banda Blur, Alex James, teve a chance de realizar este sonho nesta semana. Após um curso na Boultbee Flight Academy– que oferece cursos de voo em diversas aeronaves clássicas, e recentemente incluiu um Spitfire biposto em sua coleção – Alex entrou na cabine do histórico caça.

Visivelmente emocionado, Alex derrama lágrimas em diversos momentos ao viver seu sonho de infância.

Provavelmente todo homem já sonhou em ser piloto em algum momento, e todos os pilotos querem voar um Spitfire”, disse ele. “E esta é uma daquelas raras coisas que são ainda melhores na realidade do que quando imaginadas na cabeça”.

Fonte: The Telegraph, 12 de outubro de 2012.

Messerschmitt Me 109 é encontrado na Holanda

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Um grupo de mergulhadores civis encontrou um Messerschmitt Me 109 no lago Yssel, na Holanda. As forças armadas montaram rapidamente uma operação de retirada da munição e armamento. Não há restos humanos.

Uma equipe civil de mergulho, que visava encontrar um bimotor Lockheed Hudson da RAF, perdido durante a Segunda Guerra Mundial, encontrou ao invés um avião de caça alemão.

Os mergulhadores identificaram os destroços como os de um Messerschmitt Me 109 pelas inscrições em um tanque de combustível.

Dado que diversas pessoas estavam cientes da posição do avião, o Ministério da Defesa holandês agiu rápido. Armas e munição ainda poderiam estar a bordo, e representavam um perigo muito real.

Uma missão composta pelo Grupo de Mergulho da Marinha, Serviço de Resgate da Força Aérea e Departamento de Explosivos do Exército, foi posta em execução. A Marinha pôs a disposição seu navio de mergulho Argus.

Encontramos uma grande quantidade de armas e munição”, disse o Major Arie Kappert, da Força Aérea. Partes dos destroços foram trazidas para a superfície. Agora, o esforço se concentra em identificar o serial da aeronave para descobrir quem foi seu piloto.

Fonte: Duiken, 6 de outubro de 2012.

A asa do Messerschmitt, com o trem de pouso recolhido.

Um dos instrumentos retirados do Me 109.


Nota de Falecimento: Franz Kieslich

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Franz Kieslich
(17/03/1913 - 31/08/2012)

Faleceu no último dia 31 de agosto na Alemanha, de causas naturais aos 99 anos de idade, o ganhador das Folhas de Carvalho para a Cruz do Cavaleiro, Major Franz Kieslich.

Nascido em Bochum, no Vale do Ruhr, Kieslich ingressou na Força Policial da cidade de Colônia em 1932. Com a formação da Luftwaffe em 1935, ele transferiu-se para a nova força em 1 de abril, submetendo-se ao treinamento de pilotagem. Depois de conclui-lo, foi designado para o Sturzkampfgeschwader 168 "Immelmann", sendo um dos primeiros pilotos a dominar os comandos da nova arma aérea alemã: o bombardeiro de mergulho Junkers Ju 87 Stuka.

Entre 1938 e 1940, Kieslich serviu como instrutor na base aérea de Kitzingen, treinando as novas e urgentemente necessárias novas tripulações de Stuka. No verão de 1940, foi enviado para o Canal da Mancha junto ao StG 77, mas acabou não entrando em ação devido ao banimento dos Stukas em operações contra a RAF na área.

Kieslich finalmente teve seu batismo de fogo com a invasão da Iugoslávia em abril de 1941, e entrou num período de intensa atividade com o irrompimento da Operação Barbarossa em junho. Voando ininterruptamente contra alvos soviéticos, Kieslich demonstrou toda a perícia adquirida em anos no cockpit do Stuka. Números sempre crescentes de veículos, instalações, concentrações de tropa e infra-estrutura inimigas eram acrescentados nos seus registros de voo. Promovido a Oberleutnant em setembro, ele recebeu a Cruz Alemã em Ouro em 10 de julho de 1942, e foi feito comandante da 7ª Staffel em 14 de outubro do mesmo ano.

Executando ataques em apoio ao 6º Exército cercado em Stalingrado, Kieslich realizou sua 500ª missão em 29 de dezembro de 1942, e como reconhecimento à esta impressionante marca operacional, foi condecorado com a Cruz do Cavaleiro da Cruz de Ferro em 5 de janeiro de 1943. O StG 77 passou a atuar ainda mais intensamente após a queda de Stalingrado, e o número de missões de Kieslich cresceu com rapidez espantosa, chegando a 800 em 30 de novembro de 1943. Em 28 de fevereiro de 1944 ele recebeu o comando do III Grupo do agora redesignado Schlachtgeschwader 77.

Atuando na região do Mar Negro, Kieslich entrou numa nova fase de operações contra a Marinha Soviética, que lhe traria muitos sucessos. Durante os primeiros meses de 1944, ele afundou 10 navios mercantes russos, totalizando 23.000 toneladas brutas, além de um destroier e um submarino. Em 27 de julho ele realizou sua missão de número 1.000, e em 10 de outubro recebeu a notícia de sua condecoração com as Folhas de Carvalho para a Cruz do Cavaleiro - que recebeu das mãos de Hermann Goering, numa cerimônia juntamente com o ás Walter Schuck.

Promovido a Major, ele realizou sua última missão, de número 1.078, em 28 de fevereiro de 1945. Neste dia ele recebeu o comando do SG 148, uma unidade de reserva baseada em Manching, na Bavária. Neste posto ele rendeu-se aos americanos em maio de 1945.

Após a guerra, Kieslich retornou à Luftwaffe em setembro de 1956, aposentando-se em 31 de março de 1969 na patente de Oberstleutnant.

Com sua morte, restam somente 14 ganhadores das Folhas de Carvalho ainda vivos.

NOTA: A família de Kieslich não fez comunicado público do falecimento, preferindo reservar-se no momento. Por isso a demora na publicação deste obituário.

Kieslich (com bandagem na cabeça) retorna de sua 900ª missão de combate, sendo cumprimentado pelo comandante do SG 77, Oberst Helmut Bruck. 4 de abril de 1944.

Major Franz Kieslich.

Major Ruy e os olhos do mundo

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Na madrugada do último sábado, perdemos um dos últimos oficiais ainda vivos da FEB, o Major Ruy Fonseca. Foi pra mim uma perda muito triste, pois iríamos nos encontrar no Encontro Nacional no começo do mês que vem... No meu esforço de correr contra o tempo para conhecer estes soldados lendários da Segunda Guerra, é sempre um sentimento de "eu poderia ter feito mais" quando isso acontece. E foi com este pensamento na cabeça que encontrei este texto do amigo Durval Júnior, produtor do documentário "O Lapa Azul" e grande amigo do Major Ruy, com quem dividiu diversos momentos. Um texto franco, justo, que deve ser conhecido:

Tenente Ruy em combate na Itália.
A perda de um ente querido normalmente se revela capaz de provocar mais reflexões sobre a vida do que a leitura de muitos livros. Ainda que inevitável, quase sempre ela vem acompanhada da surpresa. Por isso, quando recebi a notícia do falecimento do Major Ruy de Oliveira Fonseca, o mundo quase veio abaixo.

Na minha imaginação, o Major Ruy não era o veterano com idade provecta (97 anos), de corpo franzino, e que caminhava sempre amparado. Apesar de conhecê-lo de longa data, a imagem que cultivava do seu porte físico era oposta. Em nossas conversas por telefone, sua lucidez, inteligência e memória notável forjaram a imagem do tenente de infantaria jovem e cheio de vida, que retornou da Itália vitorioso após II Guerra Mundial.

Assim, a sua morte causou um verdadeiro “choque de realidade”. Procurando notícias sobre o falecimento na internet, consultei o principal jornal da cidade no dia seguinte ao seu enterro, onde encontrei a edição de domingo recheada das suas pautas corriqueiras: intrigas eleitorais, assaltos e furtos; na coluna social, matérias pagas com fotos de socialites auto-massageando o ego; na seção de esportes, notícias do time da cidade rebaixado para a 4ª Divisão do Campeonato Brasileiro; nos classificados, propagandas da venda de imóveis e veículos, além de anúncios de homens e mulheres vendendo o próprio corpo. Houve destaque até para o estudo de um juiz-forano sobre um tal pássaro formigueiro-assobiador do Poço de Antas. Contudo, nenhuma notícia sobre o falecimento do Major Ruy foi veiculada, nem ao menos num rodapé de canto de página ou no obituário.

Capa de domingo do principal jornal da cidade: os olhos da mídia são os olhos do mundo.

Ao me ver triste e inconformado, minha esposa — sempre ela — decidiu consolar-me, revelando algo que estava diante dos meus olhos, mas que eu não enxergava — uma visão que parece loucura aos olhos dos homens: não havia o que lamentar. Deus me brindara com a amizade do Major Ruy durante anos. Como se não bastasse isso, sem que eu soubesse, o Criador me concedera a oportunidade do último adeus, trazendo o veterano à minha residência – ainda que debilitado fisicamente - poucos meses antes: Ruy viera despedir-se.

Sua revelação me fez sentir tal qual o personagem Neo acordando da ilusão forjada pela "Matrix". Foi como se estivesse imerso numa realidade ilusória, chafurdado no universo da futilidade humana, onde as energias são drenadas continuamente para o vazio.

Major Ruy visitando o autor em sua residência em Campinas, 2012.

Estava procurando no lugar errado. Não seria nos jornais onde encontraria algo sobre o amigo que partira. Os olhos da mídia são os olhos do mundo, e o mundo só tem olhos para as suas coisas. Ruy de Oliveira Fonseca não fora político, jogador de futebol, milionário ou artista famoso: o tipo de gente que a mídia tanto idolatra. Paradoxalmente, foi ele um dos cidadãos mais ilustres de Juiz de Fora: um dos 25.334 brasileiros que lutaram na Itália, durante a II Guerra Mundial — e o fez galhardamente — comandando o Pelotão de Petrechos Pesados da 4ª Cia do II Batalhão do 11º Regimento de Infantaria.

O Major Ruy representa a figura do cidadão patriota, voluntarioso e corajoso, que arriscou a vida pelo seu país e por seus ideais. Porém, o mundo normalmente despreza isso — a não ser que fareje lucro. O mundo enxerga apenas a casca externa do ser humano. Para o mundo, Ruy não passava de um velho cheio de velhas histórias de heroísmo e bravura, e a grande mídia não se interessa muito por elas, pois cultiva seus próprios valores: a juventude, o hedonismo, o prazer da carne e do consumo, o “eu” sempre em primeiro lugar; afinal, isso tudo faz sucesso e vende bem mais — patriotismo e civismo são conceitos ultrapassados.

Major Ruy em entrevista para o projeto "Memória Viva".

Quando jovem, Ruy frequentou o Seminário São José por seis anos — era um homem de fé. Quem teve o privilégio de partilhar da sua amizade, percebia nele o olhar de quem enxerga muito além do que a maioria dos homens é capaz —  além dos olhos do mundo. A frase final do seu Diário de Guerra, escrita quando estava no convés do navio que o trouxe de volta ao Brasil, prestes a desembarcar, é reveladora:

Revisto-me de muita esperança e de muita energia para enfrentar o futuro que me aguarda. Será uma nova guerra e já estou preparado para ela. Como no Capistrano (local de treinamento da FEB), aguardo a ordem do Comandante Supremo da Vida: Em frente, marche!”.

O Tenente Ruy seguiu em frente e travou sua nova guerra, como marido e pai dedicado. Lutou, venceu, e então descansou.

Batalha de El Alamein completa 70 anos

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Um punhado de veteranos se reuniu num remoto cemitério no deserto da cidade egípcia de El Alamein, marcando o 70º aniversário da “maior vitória britânica desde Waterloo”.

A Batalha de El Alamein, que iniciou-se com uma barragem de artilharia de 1.000 armas na noite de 23 de outubro de 1942, representou um ponto de virada na Segunda Guerra Mundial para o Exército Britânico.

Numa ofensiva de 12 dias, o Exército Britânico, sob comando do General Bernard Montgomery, venceu o Afrika Korps alemão – embora a altos custos – destruindo as chances de Hitler capturar o Oriente Médio.

E o mais importante: a vitória renovou a crença britânica na vitória, muitíssimo abalada pelos desastres em Dunquerque e Cingapura.

El Alamein foi vista em casa como a maior vitória britânica desde Waterloo”, disse Niall Barr, professor de história militar no King’s College de Londres, que foi até o Egito para as celebrações.

Para o povo britânico, que vinha experimentando uma série de derrotas e sofrimento desde 1940, a batalha final em El Alamein foi um sinal crucial de que a vitória final era possível”.

Winston Churchill tomou a oportunidade para levantar o moral de seu povo, emitindo a mensagem de que Montgomery havia lutado a batalha “com uma única ideia”, a de “destruir as forças do inimigo e destruí-las no lugar em que o desastre seria maior e irrecuperável”.

Veteranos australianos nas celebrações.

Isto não é o fim”, continuou Churchill. “Não é nem mesmo o começo do fim; mas é talvez o fim do começo”. Apesar das nobres palavras do Primeiro-Ministro, a vitória custou caro em vidas e equipamento; e no fim, Rommel conseguiu fugir com a maior parte de suas forças, recuando até a Tunísia.

No local escolhido para a batalha está uma cidade egípcia na costa do Mediterrâneo, a cerca de 110 km a oeste de Alexandria. Nos arredores de El Alamein está um cemitério com 7.240 tumbas de soldados ingleses e da Commonwealth, onde as cerimônias aconteceram.

Após a passagem de 7 décadas, esta será provavelmente a última grande reunião. Um punhado de veteranos da Austrália, Nova Zelândia e da Commonwealth estiveram presentes – mas somente um britânico compareceu.

Fonte: The Telegraph, 19 de outubro de 2012.

Visitando o Major John Buyers

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Meu amigo Eduardo Seyfert, professor de anatomia humana da UFCG, fez um passeio com a família pelas capitais nordestinas no começo deste mês, e chegando a Maceió fez uma visita ao Major John Buyers, um dos últimos quatro pilotos brasileiros ainda vivos que lutaram na Itália durante a guerra. Muitíssimo carismático, tive a felicidade de conhecer Buyers em abril deste ano, e foi muito bom receber este relato do Seyfert, mostrando que tudo segue bem com o velho heroi.


Estive no 1º. dia do mês de outubro na cidade de Maceió - AL, visitando o veterano da Segunda Guerra Mundial, Major da USAAF John William Buyers. Este piloto do exército norte-americano, nascido em Juiz de Fora (filho de norte-americanos), atuou junto ao 1º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira e a 12ª Força Aérea como elemento de ligação. Buyers, por ser brasileiro e por conhecer nosso idioma, era o elo de ligação entre o comandos Aliado e do Grupo de Caça brasileiro.

Depois de alguns telefonemas para a casa do Major, tratei com sua esposa, Dona Iracema, de que iríamos visitá-los na segunda-feira à tarde, após o almoço. Para chegar até a residência do casal, tivemos que na verdade “sair” de Maceió, pois, eles vivem na vila anexa a uma usina de açúcar, a Usina Utinga, em Rio Largo.

Nesta localidade, que fica próxima ao aeroporto Zumbi dos Palmares, voltamos no tempo uns bons 70 anos, passando por construções muito antigas que datam do início do século XX – inclusive por uma estação de trens muito pequena no interior da vila. Naquela época áurea dos Barões do Açúcar, o transporte da cana de açúcar até a usina era feito por trens, disse-me o Major.

Em uma casa muito simples, no “meio do mato”, Buyers e Dona Iracema têm uma vida muito tranquila longe da capital alagoana. Fomos eu e minha família, recebidos na varanda da casa, que tem como vista ao longe algumas pequenas montanhas cheias de árvores plantadas pelo próprio John, há mais de 50 anos. A senhora Buyers nos disse que o piso superior da casa foi desativado, pois a escada é muito perigosa para o veterano subir e descer; assim, toda a rotina da casa acontece no térreo. Inclusive o quarto do casal foi mudado para a antiga sala para facilitar as coisas.

Major Buyers em seu escritório.

John nos mostra sua casa e com orgulho uma fotografia ao lado de Carmen Miranda, na qual ele da um belo abraço na atriz brasileira. Outro cantinho da casa para o qual ele chama a atenção é o local onde ele escolhe através de um catálogo internacional, os selos que irão compor sua coleção, que, diga-se de passagem, é um das maiores que já vi.

No andar superior, que ele insiste em subir, está o seu “escritório”, uma verdadeira bagunça, cheia de arquivos e papeis por todos os lados e uma parede com várias fotos de antes, durante e depois da guerra. Chamou-me a atenção uma imagem de Nero Moura e ele ao vê-la diz em tom nostálgico: “Este foi um grande amigo que tive!

Depois de conhecermos a residência, voltamos à varanda da casa e conversamos sobre quase tudo, desde os North-American AT-6 que ele e vários outros pilotos dos Estados Unidos e do Brasil trouxeram voando da América do Norte para o Brasil, até a plantação de cana de açúcar defronte a sua casa. Comentei com ele que havíamos passado por Recife para conhecer a Fortaleza Voadora B-17 que fica exposta em frente à Base Aérea do Recife. E ele diz que voou muito em B-17 e na verdade em todos os aviões da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos daquela época. O interessante foi que depois que o questionei sobre qual era sua aeronave preferida da época, ele disse que não tinha nenhuma e que cada avião tinha um propósito.

Outra coisa muito curiosa sobre a vida de Buyers é que ele conheceu Santos Dumont e também um dos irmãos Wright, Orville. O primeiro, ele encontrou em duas oportunidades distintas na cidade de Petrópolis, quando criança. Santos Dumont tocou sua cabeça e lhe disse: “Mas que menino bonito, com este cabelo cacheado”. Já Orville Wright, John teve a oportunidade de conhecer em uma feira de aviação nos EUA, ele nos disse: “Eu andava pelo país atrás de aviões e em todas as feiras que eu podia ir eu ia, mesmo de carona”. Assim, ele, em um destes eventos pode contemplar o pioneiro da aviação com suas invenções.

Ten.-Cel. Nero Moura e Capitão John Buyers na Itália.

Sobre a guerra, fiz algumas poucas perguntas, sobre o apoio prestado pelo 1st Brazilian Fighting Squadronà Força Expedicionária Brasileira no dia 21 de fevereiro de 1945, na sua última investida para a tomada de Monte Castelo. Neste momento relembrei ao Major as palavras do Capitão Souza, que reside em Natal, e que não sabia expressar em palavras seu agradecimento ao apoio prestado pelo Grupo de Caça ao 1º Regimento de Infantaria quando o ataque estava para ser desencadeado. Buyers disse que o grupo brasileiro foi escolhido devido à facilidade de comunicação entre as duas forças que falavam o mesmo idioma.

Ainda sobre o Grupo de Caça, recordei uma passagem do livro do Brigadeiro Rui Moreira Lima, na qual ele relata a “revolta” entre os pilotos em relação ao comandante do grupo. John, que foi colega de quarto de Nero Moura durante a guerra, disse que a grande preocupação do Tenente-Coronel era preservar os jovens tenentes e seu excesso de coragem perante as missões. “Nero Moura queria que todos voltassem para casa vivos!”, disse o veterano.

Minhas filhas Gabriela (8) e Ana (6) e minha esposa Patrícia se sentiram em casa. As pequenas brincaram e interagiram com John, que se mostrou um bom avô como ele mesmo disse a elas. As duas, quando souberam que iríamos visitá-los, ficaram curiosas para conhecer o piloto de guerra. Esta visita foi muito sonhada por mim desde que soube que eles residiam em Maceió, que dista cerda de 260 km de Cajazeiras-PB, onde vivemos.


Em 8 janeiro de 1013, John Buyers completará seus 93 anos de idade e se tudo der certo, estarei lá junto com minha família para parabenizá-lo.

Eduardo Seyfert

Tanque T-34 vira no Quirguistão

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Aconteceu em Bishkek, capital da ex-república soviética do Quirguistão, logo depois do Desfile da Vitória em 9 de maio de 2011.

Um tanque T-34, que havia acabado de desfilar pela cidade, tenta subir na carroceria de um caminhão, mas a coisa não acaba, digamos, da forma mais correta. O chão estava escorregadio devido à chuva que havia caído mais cedo, e o motorista não aplicou força igual nas alavancas das duas esteiras quando subiu no carroceria.

Felizmente, ninguém se feriu. O tanque teve pequenos danos, mas continuou operacional. Veja abaixo a pitoresca cena, em três ângulos diferentes:

Historiadores recuperam tanque Valentine na Polônia

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Historiadores militares na Polônia recuperaram um raro tanque britânico que estava no fundo de um rio polonês desde janeiro de 1945.

Acredita-se que o Valentine Mk X tenha caído por uma rachadura na cobertura de gelo de um tributário do rio Warta, no oeste da Polônia, enquanto avançava para Berlim como parte do gigantesco ataque soviético contra as defesas orientais alemãs.

Cerca de 2.000 Valentines foram entregues à União Soviética como parte da ajuda militar Aliada, dos quais havia somente um exemplar restante até a descoberta deste tanque.

Foi difícil retirar o veículo do fundo”, disse Jacek Kopczynski, colecionador de veículos militares. “Mergulhadores usaram jatos de água de alta pressão para tentar soltar o tanque, que está em ótimas condições”.

Análises mostraram que o Valentine sobreviveu ao seu mergulho de décadas com poucos danos, o que animou os pesquisadores.

Se conseguirmos, será uma sensação mundial”, comentou o historiador militar Janusz Zbit. “Após uns três anos de restauração ele pode até mesmo voltar a rodar, o que o faria o único Valentine Mk X sobrevivente a ter participado de combates”.

Para ajudar a retirar o tanque do lamaçal, a equipe trouxe uma escavadeira, e os bombeiros também participaram da operação.

O Valentine serviu em duros combates no Norte da África e, embora não tivesse poder de fogo suficiente para causar danos sérios aos tanques alemães, ganhou reputação de ser um veículo bom e confiável.

Fonte: The Telegraph, 25 de outubro de 2012.

Nota de Falecimento: Roland de La Poype

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Roland de La Poype
(28/07/1920 - 23/10/2012)

Faleceu no último dia 23 de outubro em Saint-Tropez, França, de causas naturais aos 92 anos de idade, o ás francês e Heroi da União Soviética, Coronel Roland Paulze d'Ivoy de La Poype.

Nascido em Les Pradeux, Roland era filho de um coronel da reserva, que morreu em combate em maio de 1940. Estudando em Le Mans, ele desenvolveu paixão pelo voo, e em agosto de 1939 ingressou no Armée de l'Air, terminando o treinamento de voo em Etampes em março de 1940. Após a derrota da França e de ter escutado o chamado de De Gaulle em 18 de junho, Roland e seus colegas embarcaram ilegalmente num navio polonês rumo à Inglaterra.

Imediatamente integrado à Força Aérea Francesa Livre, ele foi enviado para a África Equatorial Francesa, servindo lá de julho de 1940 até janeiro de 1941, quando retornou para a Inglaterra, onde recebeu treinamento na RAF. Em julho, foi designado para o 602º Esquadrão de Caça, voando o Supermarine Spitfire. As notáveis habilidades de voo de Roland de La Poype foram rapidamente notadas pelo comandante do esquadrão, Wing Commander Paddy Finucane (32 vitórias), que fez dele seu ala. Voando sobre Gravelines, na França, Roland derrubou seu primeiro inimigo em 22 de agosto de 1942, um Messerchmitt Me 109. Pouco depois, descobriu que De Gaulle estava formando um grupo de caça francês para enfrentar a Luftwaffe na União Soviética, e imediatamente voluntariou-se para a iniciativa.

No fim de novembro de 1942, Roland e outros 11 pilotos do contingente inicial passaram pelo Egito e Irã, chegando a Astrakhan, na URSS, para formar o 3º Grupo de Caça - que se tornaria mundialmente conhecido como Normandie-Niemen. Designado para o 3º Esquadrão, Roland iniciou operações em 22 de março de 1943 em Oryol. Em 31 de agosto ele abriu seu escore no front oriental com a derrubada de um Junkers Ju 87 Stuka, e tornou-se um ás em 19 de setembro, contra outro Stuka. Mais uma vez tendo suas habilidades reconhecidas, o Tenente Roland de La Poype foi escolhido pelo comandante do esquadrão, Marcel Albert, como seu ala.

Participando intensamente das batalhas aéreas em Smolensk, Orsha, Berezina e Niemen, o grupo foi equipado com o excelente caça Yakoklev Yak-3 em julho de 1944. Ele derrubou quatro aeronaves alemãs no dia 16 de outubro daquele ano, e em 27 de novembro o Presidium do Soviete Supremo concedeu a Roland de La Poype a Estrela Dourada de Heroi da União Soviética, fazendo dele um dos apenas quatro pilotos franceses do grupo a receber tal comenda.

Promovido a Capitão, ele tornou-se comandante do 1º Esquadrão no começo de 1945, encerrando a guerra com 16 vitórias confirmadas. Após a vitória em Berlim, foi concedida aos franceses uma estadia em Moscou, e lá partiram para a França em 20 de junho, com a autorização de Stalin para levarem consigo seus Yaks. De volta à França, Roland recebeu de De Gaulle a Ordem da Liberação.

Dando baixa da Força Aérea em 1947, ele mostrou seu gênio criativo abrindo uma fábrica de embalagens plásticas e inventando diversos contêineres de sucesso para a indústria. Na década de 1960, desenhou a carroceira plástica do Citroën Mehari, e em 1970 fundou a Marineland em Antibes, para ensinar sobre via marinha ao público. Prefeito da localidade de Champigné de 1955 a 1971, ele aposentou-se em 1985. Em 2007, lançou uma obra sobre seu grupo de caça,L'épopée du Normandie-Niemen.

Em abril de 2012, após mais de um ano da carta enviada, recebi uma resposta de Roland de La Poype, com as fotos que enviei todas devidamente autografadas. Um ás francês e Heroi da União Soviética, não pude deixar de ficar muito feliz com esta resposta que tive! Uma recordação sem preço deste guerreiro lendário.


Descanse em paz Monsieur Roland!

Capitão Roland com seu Yak-3 ao fim da guerra, com 16 marcas de vitória.

Roland de La Poype, Heroi da União Soviética.

Yakovlev Yak-3 de Roland de La Poype. 3º Grupo de Caça "Normandie-Niemen", Heiligenbeil, Pomerânia, maio de 1945.


Cerimônia em homenagem aos mortos da FEB será realizada em Pistoia

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No próximo dia 2 de novembro terá lugar no Monumento Votivo Militar Brasileiro em San Rocco, Itália, a cerimônia anual para homenagear os soldados brasileiros caídos durante combate na Segunda Guerra Mundial.

No evento, agendado para as 11:15h, estarão presentes as mais altas autoridades locais, incluindo o prefeito e o governador da província, bem como representantes da polícia.

Representando o Brasil, estão o representante da Embaixada do Brasil na Itália Tarcisio Costa e o General-de-Divisão Eduardo José Barbosa, representante das Forças Armadas Brasileiras, que está em visita aos locais históricos em que os valorosos pracinhas da Força Expedicionária Brasileiracombateram.

Após a cerimônia de hasteamento da bandeira ao som do Hino Nacional Brasileiro, será feita a entrada da bandeira da FEB e a colocação de coroas de flores por parte de diversas instituições, como a Academia da Força Aérea Brasileira, Estado-Maior das Forças Armadas e muitas outras, que entendem ovalor da participação da Força Expedicionária na Segunda Guerra.

Serão entregues honrarias brasileiras a pessoas que se distinguem no papel de conselheiros e preservadores da memória da FEB.

Será lida mensagem do General Enzo Martins Peri, comandante do Exército Brasileiro e, durante a Santa Missa, celebrada pelo Monsenhor Monsueto Bianchi, serão feitas orações pelos mortos em todas as guerras.

A população, em particular os mais jovens, foi convidada para participar e aprender esta importante parte da história local – ligada à história internacional – e a contribuição de países que devolveram a liberdade à Itália.

Fonte: La Voce di Pistoia, 27 de outubro de 2012.

É o tipo de coisa que te faz pensar: os italianos fazem uma cerimônia com presença das maiores autoridades locais para homenagear nossos soldados mortos em combate, bem como louvar a atitude brasileira em mandar 25 mil homens para ajudar na liberação de seu país, há 70 anos atrás.

Que tipo de cerimônia tão prestigiosa temos aqui, no Brasil, para homenagear a Força Expedicionária Brasileira? Brasileiro prova que o velho ditado “Santo de casa não faz milagre” realmente se aplica. Que apreço temos por nossos próprios herois? Nossos próprios soldados que representaram esta mesma bandeira nacional no evento de maior relevância para a história humana?

Hoje, se um vereador aparece em uma cerimônia dessas, é algo notável. É incrível como nossos líderes fazem-se de mortos ou sonsos quando trata-se de prestar (devida) homenagem à classe brasileira mais singular do Século XX. Viagens oficiais são feitas à Itália, sendo que nenhuma vez o monumento de Pistoia foi incluído no roteiro. A preservação da incultura e negação dos valores nacionais é vigorosa no Brasil.

Invejo e admiro os italianos por serem mais patriotas com nossos herois do que nós.

Agradeço ao meu amigo Coronel Marco Balbi pela dica!

Nota de Falecimento: Ítalo Conti

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Ítalo Conti
(20/09/1916 - 07/11/2012)

Faleceu no último dia 7 de novembro em Curitiba, Paraná, de causas naturais aos 97 anos de idade, o veterano da FEB, General-de-Divisão Ítalo Conti.

Nascido no pequeno município de Mallet, no sul do Paraná, Conti realizou o curso do Núcleo Preparatório de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro, tornando-se Tenente da Reserva. Após a declaração de guerra brasileira à Alemanha e Itália em 22 de agosto de 1942, recebeu uma carta convocatória para apresentação junto ao Ministério da Guerra, que prontamente atendeu.

O então Tenente Conti, oficial de artilharia, foi integrado ao recém-criado I Grupo de Artilharia 105mm, sob comando do Tenente-Coronel Waldemar Levy Cardoso, no final de 1943. O I Grupo foi preparado no quartel do 1º Grupo de Obuses, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, e lá os novos artilheiros tomaram conhecimento das táticas de ajuste de tiro e salva utilizados pelo Exército Americano.

Devido à dificuldade de transporte pelo Atlântico, o I Grupo somente embarcou para a Itália com o 2º Escalão da FEB, partindo do Rio de Janeiro em 22 de setembro de 1944 e chegando a Nápoles em 6 de outubro. Após completo reequipamento e pequeno período de adaptação, o I Grupo foi colocado em linha no front de Monte Castelo, onde deu apoio ao sucessivos ataques à montanha. Conti foi observador avançado da artilharia, coordenando os fogos de seu grupo nas posições de resistência alemã. Dificuldades de organização e comando, no entanto, impediram a conquista do objetivo em 1944.

Agora promovido a Capitão, Conti coordenou a artilharia do I Grupo em apoio direto ao avanço do I Batalhão do Regimento Sampaio durante a tomada de Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945. Em abril, foi destacado para o QG do 11º Regimento como oficial de ligação com a artilharia, montando o plano operacional de apoio de fogo para a conquista de Montese, executado em 14 e 15 de abril. Ainda na Itália, recebeu a notícia do nascimento de seu primogênito, Ítalo Conti Júnior.

Retornando ao Brasil em 3 de agosto, Conti realizou o curso de Estado-Maior do Exército, seguindo para diversos postos de comando nos anos seguintes. Em 1962, foi convidado pelo governador do Paraná, Ney Braga, para ser tornar o primeiro secretário de Segurança Pública do estado, cargo que exerceu até 1966. Permaneceu no comando de secretarias paranaenses até 1971, e na década de 1980 foi deputado estadual pelo PDS.

Reformado na patente de General-de-Divisão, Ítalo Conti foi membro fundador do Círculo Militar do Paraná, e era bastante ativo como membro da Legião Paranaense do Expedicionário. Vívido e comunicativo até seus últimos dias, comemorou seu aniversário de 97 anos em 20 de setembro de 2012 tomando chope e uísque.

Ele deixa dois filhos, cinco netos e oito bisnetos.

A notícia do falecimento do General Conti me chegou justamente no dia de abertura do XXIV Encontro Nacional de Veteranos da FEB, do qual participei nesta última semana em Juiz de Fora - MG. Somente hoje pude escrever uma justa homenagem a este nosso heroi nacional.

Descanse em paz General!

General-de-Divisão Ítalo Conti.

Fotos da Marcha de Novembro 2012 em Moscou

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Visitantes que estavam na capital russa poderiam ter pensado que voltaram no tempo, quando milhares de soldados tomaram a Praça Vermelha em uniformes da década de 1940.

Toda esta demonstração de força foi para marcar o 71º aniversário de um momento-chave na história da Rússia durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 7 de novembro de 1941 tropas do Exército Vermelho passaram em desfile pela Praça Vermelha, seguindo diretamente para a linha de frente, onde os alemães os esperavam – já nas cercanias de Moscou.

O desfile foi um golpe publicitário de Stalin, para mostrar que o governo soviético defenderia a capital a qualquer custo, e resultou num bom aumento do moral da URSS no exterior.

42 dos 65 sobreviventes da parada original participaram da edição deste ano, usando uniformes especiais feitos para cada um deles. Muito equipamento militar da época, bem como tanques T-34 e T-38 foram usados no desfile.

Confira as belíssimas imagens em alta-resolução:

Fonte: Daily Mail, 8 de novembro de 2012.










Paths of Hate: simplesmente imperdível

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Vencedor do festival AnimaMundi em 2011, o curta-metragem "Paths of Hate" do jovem diretor polonês Damien Nenowé a expressão mais crua da fúria e selvageria dos combates aéreos que já testemunhei. Uma obra de arte impecável, tanto técnica quanto esteticamente, que em seus meros 10 minutos consegue passar uma história de dois pilotos, um inglês e um alemão, que se envolvem num combate de vida ou morte.

A analogia com o demônio assassino interior de cada ser humano é simplesmente maravilhosa, e magnificamente executada. Com certeza é algo para ser parar tudo e assistir.

Quem quiser fazer download da versão Full HD pode acessar o site oficial: http://pathsofhate.com/en/


Grato ao amigo Rafael Requena pela dica!

Conheça os verdadeiros “Band of Brothers”

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Topo: Arthur, Bill, Albert; Centro: Harry, Jim, Tom; Abaixo: Dick, Sid, Wally.

Em “O Resgate do Soldado Ryan”, quatro irmãos lutam na Segunda Guerra Mundial – e somente um sai vivo. Houve uma família britânica da qual não somente um saiu vivo, mas seis.

E no caso dos irmãos Windsor, todos os nove viveram para contar a história.

Para completar, um dos irmãos também lutou na Primeira Guerra Mundial, junto com os dois irmãos mais velhos.

A contribuição-recorde da família Windsor para o esforço de guerra britânico havia sido completamente esquecida. Foi somente redescoberta por Bob Windsor, de 68 anos, enquanto pesquisava a árvore genealógica da família.

Ele sabia que tanto seu pai Albert quanto seu tio Wally tinham servido na guerra. Mas uma visita a Wally, de 90 anos, revelou a total escala da contribuição familiar.

Ele descobriu como Albert– que tinha 41 anos ao alistar-se – apresentou-se ao mesmo tempo que Jim (37), Harry (35), Bill (33), Arthur (31), Tom (30), Dick (27), Sid (23) e Wally (18).

Albert e três irmãos serviram no Exército enquanto outros quatro foram para a RAF, enquanto Dick serviu na Royal Navy. Bob fez a descoberta quando viu na parede do tio Wally um certificado de recorde do Guinness, reconhecendo que Albert e oito irmãos mais novos haviam lutado na Segunda Guerra Mundial.

Ele disse: “Isso me deixa intensamente orgulhoso. O fato é que este recorde nunca será quebrado. Grandes famílias são coisas do passado. É uma vergonha que eu nunca tenha atentado para isso. Meu pai e seus irmãos se separaram ao longo dos anos”.

Eles nunca pensaram que isso fosse particularmente excepcional, achavam somente que tinham feito seu dever. Também nunca souberam deste certificado. Foi o filho de Wally que notificou o Guinness a respeito”.

Bob Windsor e o certificado do Guinness.

Ele temeu pelo pior quando decidiu investigar o passado da família e descobrir por que os irmãos haviam se separado. “Eu esperava encontrar algum caso obscuro de assassinato ou escândalo, mas no fim fiz esta maravilhosa descoberta”, disse.

Bob ainda não conseguiu encontrar todos os detalhes do serviço dos irmãos durante a guerra, mas descobriu que Sid certa vez esbarrou com Wally enquanto serviam na Índia. “Sid bateu no ombro dele e disse ‘Tudo bem companheiro, lembra-se de mim?’”, disse.

Seus avós George e Martha tiveram 13 filhos e 3 filhas. Os três mais velhos – George, Charles e Albert – lutaram na Primeira Guerra. Charlesfoi morto em ação em 17 de maio de 1917, durante a ofensiva de Arras, no norte da França, e está enterrado lá.

Sua perda não impediu que os irmãos mais novos se alistassem em 1939 para lutar no próximo conflito global. A contribuição da família Windsor não se restringiu aos homens que lutaram no front.

George e Alfred (o décimo filho) não puderam se alistar e se envolveram na produção de armamentos. Outro menino, Edward, morreu aos sete anos em 1922.

Fonte: Daily Mail, 16 de novembro de 2012.
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